Comando Nacional apresenta cláusulas de saúde e segurança para a Fenaban

19 de agosto 2016
Mais saúde, mais segurança e melhores condições de trabalho foram os temas das reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários para a Fenaban, em reunião realizada nesta sexta-feira (19/08), em São Paulo, na segunda rodada de negociação da Campanha Nacional 2016, finalizando a apresentação total da minuta da categoria aos bancos.
Foi destacado que bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho que adoece, desgasta a saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, além de conviveram com riscos de assaltos e sequestros e tendo de dar conta de inúmeras tarefas.
“Na negociação de hoje o debate foi em torno de questões centrais para a categoria. Condições de trabalho que garantam a proteção à saúde e mais segurança nas unidades bancárias são fundamentais para o dia a dia dos bancários e bancárias”, avalia Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.
Saúde e condições de trabalho
A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.
Em relação à saúde e condições de trabalho, os representantes dos trabalhadores reivindicam o fim das metas abusivas e do assédio moral. Há cinco anos, os bancários conquistaram o instrumento de prevenção e combate ao assédio moral, previsto na cláusula 56ª da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). Mas os dirigentes sindicais cobraram mais empenho dos bancos no combate ao problema. Foram detectadas várias falhas no trânsito das denúncias encaminhadas pelos sindicatos acordantes até o retorno a ser dado pelos bancos signatários do instrumento.
O Comando Nacional também quer mudanças no processo de retorno ao trabalho. Na Mesa Temática de Saúde, durante o ano todo, já houve o aprofundamento do debate com a Fenaban para a mudança de nome da cláusula 44ª da CCT, hoje Programa de Reabilitação Profissional, para Programa de Retorno ao Trabalho. A categoria reafirma que a reabilitação profissional é uma tarefa exclusivamente pública, atribuída ao Ministério da Previdência Social, que tem a responsabilidade de executá-la, e que os bancos devem assegurar condições de trabalho seguras e saudáveis para reinserção do trabalhador que retorna da licença-saúde.
Em muitos casos, os bancos têm descontado de uma vez só o salário dos funcionários após afastamento por doença, além de transferirem, a análises dos atestados médicos para o gestor da agência, o que tem gerado grande revolta por parte dos funcionários.
Segurança
Por mais segurança nas agências, está sendo reivindicada a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas também estão entre as propostas apresentadas, bem como a abertura e fechamento remoto das agências e o fim da guarda das chaves por funcionários.
Um dos principais pontos debatidos na mesa de negociação foi a prevenção contra assaltos e sequestros. Os bancários querem que que os bancos estendam o atendimento médico e psicológico aos familiares das vítimas de sequestros e outros delitos, assumindo os custos de remédios e as despesas de todos os tratamentos.
O Comando Nacional também destacou denúncias trazidas pelos bancários sobre constrangimentos e excessos dos gestores causados por revistas dos funcionários nas agências.
Agenda
As próximas rodadas de negociação com a Fenaban foram marcadas para a próxima quarta-feira (24) e para o dia 29 de agosto. Com o Banco do Brasil, a primeira rodada de negociação está agendada para o dia 23/08, em Brasília. No dia 24, haverá a segunda rodada com a Caixa, também na Capital Federal.
“O momento é de reforçar a mobilização da categoria e de dialogar com a população, cobrando dos bancos mais respeito aos bancários e bancárias, além de mais compromisso com a sociedade”, afirma Regiane.
Principais reivindicações da Campanha 2016 |
Reajuste salarial: 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real) PLR: 3 salários mais R$8.317,90 Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo) Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês. Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários. Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas. PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários): para todos os bancários. Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós. Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários. Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs). |
Fonte: Contraf-CUT