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Pressão dos empregados adia alteração do estatuto no CA

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19 de outubro 2017

A votação da proposta que altera o estatuto da Caixa Econômica Federal, que deveria ter ocorrido na quarta-feira (18/10), em Brasília, durante reunião do CA (Conselho de Administração) do banco, foi adiada.

Este recuo é positivo e fruto da mobilização dos empregados e empregadas, que, por meio das entidades associativas e sindicais promovem um Dia Nacional de Luta em defesa da manutenção da Caixa enquanto banco público, bem como da outras iniciativas que estão ocorrendo no País, tais como as audiências públicas que estão sendo realizadas nas Assembleias Legislativas e na última terça-feira (17) na Câmara dos Deputados.

Há várias alterações polêmicas propostas para o estatuto; entre elas, mudanças que interferem no direito dos trabalhadores e uma transformação substancial, fazendo com que a instituição se torne sociedade anônima - S/A.

A representante dos empregados da Caixa no CA, Rita Serrano, entregou documento ao órgão questionando o cunho jurídico das alterações e os prejuízos que a mudança, caso aprovada, trará à Caixa e ao desenvolvimento do Brasil.

“Já divulguei antecipadamente meu voto contrário. Agora, temos que ampliar nossa ação, cobrando o apoio de mais parlamentares para a nossa luta, além de prefeitos, movimentos e demais entidades, já que o assunto deverá retornar à pauta do CA no próximo mês”, orienta Rita.

Segundo ela, o objetivo do governo ao tornar a Caixa uma empresa S/A cumpre a função de facilitar, em um futuro próximo, a abertura de capital do banco, com a consequência imediata de perda de seu papel de gestor dos mais importantes programas sociais do País. “Estes tendem a diminuir ou mesmo desaparecer, já que o único interesse dos acionistas é o lucro, e eles não têm compromisso com a população e com a melhoria das condições sociais”, avalia.

Rita Serrano discorda da alegação do governo de que a reforma do estatuto visa melhorar as regras de governança, porque a Caixa já cumpre regras de governança e é supervisionada e fiscalizada por mais de 15 órgãos diferentes, além de contar com auditória interna e externa. “No último período, por conta de denúncias contra seus dirigentes, o CA também decidiu contratar uma empresa de investigação forense. O que vai impedir a ocorrência de má gestão ou casos de corrupção não é a entrada nas regras da bolsa de valores, pois se fosse assim isso não aconteceria em empresas como a JBS ou o BB, por exemplo," compara.

Para a conselheira eleita, na verdade o governo Temer quer entregar o patrimônio público para o capital privado em troca da manutenção do seu mandato e, sendo assim, age com pressa. “Mas a Caixa é um banco que está à frente do desenvolvimento do Brasil, e precisa continuar assim”, ressalta.

Fonte: Sindicato de Brasília