Empregados definem estratégias para a Campanha 2016

20 de junho 2016
Nos dias 17, 18 e 19 de junho, 352 delegados e delegadas, dos quais 185 homens e 168 mulheres, participaram do 32º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal), realizado em São Paulo. Foi aprovada a pauta de reivindicações específicas da Campanha 2016, que tem como eixos o Fora Temer, a defesa da Caixa 100% pública, o fortalecimento do papel social do banco, condições dignas de trabalho e mais contratação de empregados.
“No Conecef ficou clara a necessidade de unir os esforços da categoria bancária com o conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa dos bancos públicos e contra as políticas neoliberais do governo provisório de Michel Temer. Não podemos permitir o desmonte da Caixa e o fim dos diversos serviços prestados pelo banco para as camadas mais pobres da sociedade”, defende Amaury Soares, diretor do Sindicato de Londrina.
Foi aprovado no evento a estratégia de Campanha Nacional Unificada entre bancários de bancos públicos e privados, a luta por mais contratações, por melhores condições de trabalho nas unidades, manutenção do papel social da Caixa, combate ao assédio moral e sexual.
O Conecef deste ano teve como lema “Lutar sempre vale a pena – Nós somos a resistência!”. A defesa da Caixa 100% pública, somada à luta por mais contratações e contra a precariedade das condições de trabalho, foi o principal tema em discussão. A crescente elevação do volume de trabalho face à forte carência de pessoal, a prática rotineira de horas extras sem registro correto e pagamento correspondente e a cobrança por metas desmedidas figuraram entre os fatores críticos apontados nos debates dos cinco grupos de trabalho. Esse processo também foi norteado pelo princípio de que defender a Caixa é defender o Brasil, sobretudo porque o banco sem papel social perde a sua razão de ser.
Uma necessidade premente foi apontada como urgente e imediata: intensificar a mobilização contra o processo de reestruturação e contra o GDP (Programa de Gestão por Desempenho). Outra prioridade é o combate ao assédio moral e sexual, e a todas as formas de violência organizacional, com a inclusão, entre outras medidas, das punições normativas previstas nos manuais disciplinadores contra os assediadores que pratiquem, comprovadamente, qualquer forma de violência moral contra colegas, subordinados e demais pessoas, sem negligenciar os aspectos organizacionais envolvidos. Ficou acertado ainda que, concluído o processo administrativo, e confirmadas às denúncias, caberá à Caixa, como em qualquer caso de crime, denunciar às autoridades competentes.
A conjuntura nacional também foi debatida durante o 32º Conecef. Isso ocorreu por ocasião do Seminário Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, que contou com a participação de personalidades da academia, de parlamentares e de representantes dos movimentos sindicais e sociais. De comum, todos os discursos reafirmaram o seguinte: em um momento em que o retrocesso ameaça a todos, a unidade e a resistência dos trabalhadores são fundamentais.
Reuniões em grupo no segundo dia
No segundo dia do 32º Conecef, os delegados e as delegadas fizeram os debates em grupos sobre os temas saúde do trabalhador, condições de trabalho, Saúde Caixa e GDP (1); Funcef, Prevhab e aposentados (2); segurança bancária, infraestrutura das unidades e terceirização (3); Caixa 100% pública, contratação, Sipon e jornada de trabalho (4); isonomia, carreira e reestruturação (5). O tema organização do movimento foi abordado em todos os grupos.
Ao final das discussões, foi avaliado que é preciso dar ênfase à difícil realidade do trabalho nas agências, resultando em deliberações que fortalecem a pressão sobre a diretoria do banco por soluções que mudem a situação da Caixa e das suas relações com os empregados e empregadas.
Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários