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Bancários se reúnem dia 28/11 com vice-presidente para debater emprego

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20 de novembro 2013

Em reunião do  CRT (Comitê de Relações Trabalhistas), ocorrida na tarde de ontem  (19/11), em São Paulo, dirigentes da Contraf-CUT, Federações e Sindicatos conseguiram agendar um encontro com o vice-presidente executivo sênior do Santander, responsável pela área de recursos humanos, a ser realizada no próximo dia 28 para discutir o problema do emprego. 

O agendamento ocorreu em resposta à solicitação das entidades sindicais de uma reunião com o presidente do banco, Jesús Zabalza, sobretudo diante das demissões e da falta de funcionários na rede de agências. "Esperamos debater propostas para acabar com a sangria mensal de postos de trabalho no banco, na contramão da geração de empregos na sociedade brasileira", projeta o funcionário do banco e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Demissões injustificáveis

Mesmo com lucro líquido de R$ 4,3 bilhões até setembro deste ano, o Santander cortou 3.414 empregos no mesmo período, o que é totalmente injustificável. Apenas no terceiro trimestre, a instituição lucrou R$ 1,4 bilhão, mas eliminou 1.124 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, a redução alcançou 4.542 vagas, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários que fechou setembro em 50.578.

"Queremos o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações, bem como a contratação de funcionários para combater a sobrecarga de trabalho, o assédio moral e o adoecimento, a fim de melhorar o atendimento dos clientes", destaca o dirigente da Contraf-CUT.

Na avaliação de Dirceu Quinelato, diretor do Sindicato de Londrina e representante da Fetec-CUT/PR na COE Santander, esse enxugamento de quadros levou o banco espanhol a liderar novamente no mês de outubro o ranking de reclamações do Banco Central. "O Santander tinha ficado em segundo lugar após ter ocupado por sete meses seguidos o primeiro lugar em reclamações, mas pelo jeito a direção não está preocupada com isso, pois continua demitindo mais e agravando com isso a qualidade do atendimento", aponta Dirceu.

Falta de transparência

Os bancários também cobraram transparência no banco. "Na Espanha, as entidades sindicais têm acesso a informações como contratações, desligamentos e afastamentos por saúde, além das faixas e dos níveis salariais, cujos números são divulgados aos trabalhadores", ressalta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. 

"Nós trabalhamos no mesmo banco, mas não temos os mesmos direitos", critica. "Queremos negociação séria e para isso é preciso ter acesso às informações do banco, que hoje são apenas do conhecimento de um lado da mesa", aponta a dirigente sindical. "Também temos direito à informação". 

"A filial brasileira é responsável por 24% do lucro global do Santander, o melhor resultado por país em todo mundo, mas os trabalhadores são tratados como se fossem de segunda categoria", reforça a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

Homologações por prepostos terceirizados

Os representantes dos bancários voltaram a cobrar o fim dos prepostos terceirizados nas homologações junto a sindicatos, o que tem sido praticado pelo banco, causando muitos transtornos, além de procedimentos no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e no Ministério Público. 

O banco ficou de analisar o embasamento jurídico apresentado, ficando de voltar ao debate na próxima reunião do CRT, agendada para o próximo dia 27/11.

Mudanças unilaterais nos planos de saúde

Os bancários questionaram as alterações feitas pelo banco na assistência médica sem negociação prévia com o movimento sindical. Além de um aumento médio de 28,5% para os funcionários da ativa, os demitidos ou aposentados que atendam às condições da lei nº 9656/98 e que optem por permanecer no plano de saúde deverão assumir o pagamento integral do respectivo custo, de acordo com a faixa etária, elevando assustadoramente as contribuições, quase triplicando os valores no prazo de cinco anos. 

"O que se observa é todo um esforço no sentido de disfarçar um aumento brutal no custo da assistência médica dos aposentados, com o claro objetivo de inviabilizar a permanência dos mesmos na apólice, já que poucos terão condições financeiras de suportar o cavalar aumento imposto para essa população", denuncia o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Orlando Puccetti Júnior.

O banco propôs o agendamento de uma reunião para tratar do assunto. As entidades sindicais irão incluir o problema da pauta da reunião do CRT no dia 27.

Fonte: Contraf-CUT