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Sindicato participa da manifestação do Dia da Consciência Negra

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20 de novembro 2013


Uma passeata pelas principais ruas da cidade homenageou a líder negra londrinense Ya Makumby, assassinada brutalmente no mês de agosto
 

A concentração do Dia da Consciência Negra foi feita na Concha Acústica,
quando foi destacada a luta iniciada por Zumbi dos Palmares

Diretores do Sindicato de Londrina participaram hoje (20/11) da manifestação organizada pelo Movimento Negro, que teve por objetivo marcar a passagem do Dia da Consciência Negra e protestar contra a suspensão do feriado municipal determinada por liminar do Tribunal de Justiça do Paraná. O ato também lembrou o brutal assassinato da líder negra Ya Makumby, juntamente com sua mãe e neta no último dia 3 de agosto.

Os manifestantes se concentraram na Concha Acústica, onde foram feitos discursos lembrando o sofrimento do povo negro desde a época da escravidão até os tempos atuais, nos quais impera o racismo e a discriminação. Em seguida foi realizada passeata pelas principais ruas do Centro da cidade, com encerramento do protesto em frente à sede da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina).

A ACIL, juntamente com outros sindicatos patronais ingressaram na Justiça contra o feriado municipal para garantir a abertura das portas das empresas. Na segunda-feira (18/11), a Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) conseguiu uma liminar que suspendeu o feriado em Londrina e também em Curitiba. A alegação foi de que as Leis Municipais são inconstitucionais.

Para Jair Sanches Sambudio, diretor do Sindicato de Londrina e representante do Paraná na CGROS (Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e Tratamento), a suspensão do feriado da Consciência Negra em Londrina é um desrespeito. "Mais do que um feriado, o Dia da Consciência Negra é uma forma de destacar uma raça que ainda sofre com as mazelas da escravidão, apesar de representar mais de 50% de nossa população e de ter grande participação na construção do nosso país", ressalta Jair.

Zumbi dos Palmares

O Dia da Consciência Negra é comemorado com feriado nas principais capitais do Brasil, tais como, por exemplo, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, e foi instituído para lembrar o empenho do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, no combate à escravidão de seu povo e por uma sociedade livre e igualitária. Por sua luta, Zumbi foi morto por forças da coroa portuguesa em 20 de novembro de 1695.

"Esta data faz referência à morte do líder Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo afro-brasileiro e inspira a cada ano um número maior de atividades em torno de reflexões sobre questões raciais no país", reforça Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato de Londrina.

Por Armando Duarte Jr.