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Privatização do Banespa completa 16 anos neste domingo

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20 de novembro 2016

Há 16 anos, no dia 20 de novembro, o então Banco do Estado de São Paulo, foi vendido em leilão realizado na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro pela bagatela de R$ 7,050 bilhões ao grupo financeiro espanhol Santander.

É uma data que nunca será esquecida pelos milhares de banespianos, clientes e pela população do Estado de São Paulo, que perdeu não só um dos seus maiores patrimônios, mas também a fonte de investimentos em infraestrutura básica, habitação e outros serviços que eram feitos através das linhas de financiamento do banco público.


Clique para ler a carta de Covas

Os funcionários e funcionárias do Banespa lutaram seis anos para evitar a venda, numa luta iniciada no final de 1994, quando o banco sofreu intervenção do Banco Central a pedido do então governador de São Paulo, Mario Covas (PSDB). Antes de assumir o cargo, no início daquele ano, Covas havia se comprometido a preservar o Banespa, em carta dirigida aos banespianos, na qual destacou a importância da instituição para o desenvolvimento do Estado.

Foram feitas vigílias, inúmeras reuniões com parlamentares e mobilizações da sociedade em defesa da manutenção do banco público.

Mas os interesses do governo neoliberal do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), aliado de Covas, falaram mais alto e derrubaram as liminares conseguidas pela Afubesp e Sindicatos que impediam a venda do banco.

No final das contas o Santander adquiriu ­ além de um banco com marca confiável e sólida, carteira de clientes e ativos ­ um quadro de profissionais que se destacava pela eficiência e laços com os clientes.

“A população de São Paulo e os funcionários do Banespa acabaram pagando caro por essa transação. Hoje, o Santander cobra tarifas altíssimas dos clientes, não investe em políticas públicas e foge de suas responsabilidades em relação ao Banesprev e à Cabesp”, aponta Acácio dos Santos, diretor do Sindicato de Londrina, da Afubesp e representante da Fetec-CUT/PR na COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander.

Acácio afirma que muitas são as demandas decorrentes do processo de privatização do Banespa, numa luta da Afubesp e do movimento sindical que não tem fim.

“Por isso, a cada aniversário da venda do Banespa renovamos o espírito de garra para manter os direitos conquistados quando o banco era público, uma importante herança deixada pelo Banespa para seus funcionários e dependentes”, ressalta.

Por Armando Duarte Jr.