Geral

Interferências externas querem volta das indicações políticas

Capa da Notícia

21 de maio 2018

O Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, comandado pela secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, prepara nova mudança no Estatuto do banco que, se aprovada, atingirá diretamente as carreiras dos empregados e ameaçará a função pública e social da instituição.

O colegiado quer acabar com a prerrogativa dos empregados concursados da Caixa de ocuparem Diretorias-Executivas, a Diretoria Jurídica e o posto de Auditor-Chefe.

Essa proposta foi divulgada pelo jornal Correio Braziliense e, segundo o veículo, confirmada por três pessoas que acompanham o tema. Mas a data da próxima reunião do colegiado ainda não foi marcada.

Essa proposta surge após pouco mais de seis meses da realização de uma mobilização nacional dos empregados e empregadas da Caixa, por meio das representações sindicais, que conseguiu barrar mudança no Estatuto que pretendia abrir o capital do banco.

O objetivo do governo Michel Temer (MDB), era abrir caminho para interferência dos bancos privados, ameaçando sua função pública e social.

“Essa proposta nasceu de uma pessoa ligada ao Ministério da Fazenda, um órgão capturado pelo sistema financeiro. Ou seja, é uma interferência política do sistema financeiro no maior banco 100% público com atuação nacional do País”, afirma Dionísio Reis, coordenador da CEE (Comissão Executiva dos Empregados) e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

“Querem colocar gente no comando da Caixa que não é empregado de carreira, e por isso não tem ligação com o banco. É uma medida que atinge a todos os bancários e bancárias”, alerta Dionísio. 

Dionísio lembra o grande movimento de resistência contra a interferência do sistema financeiro da Caixa no ano passado. “Por isso cabem algumas perguntas: por que essa tentativa volta para a pauta apenas alguns meses depois? Quem ganha com a intervenção do sistema financeiro na Caixa? E como o recém-empossado presidente da Caixa, Nelson Antonio de Souza, irá se posicionar quanto a essa proposta?”, questiona o dirigente.  

A representante eleita dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano, denuncia que foi excluída do debate, já que até, o momento, o assunto em pauta não foi levado ao seu conhecimento.

“A proposta de que os diretores fossem do tal ‘mercado’ foi vencida no debate em dezembro, quando foi aprovado o novo Estatuto, e agora retorna. É uma tentativa evidente para privatizar a gestão e tornar a Caixa um ‘cabidão’ para os aliados da Fazenda. Não vamos permitir que isso aconteça. Vamos lutar”, afirma Maria Rita.

Para saber mais sobre a importância dos bancos públicos, acesse a cartilha produzida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo ou o site do Comitê em Defesa das Empresas Públicas.

 

Fonte: SPBancários