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Bancárias protestam contra assédio sexual durante o 27º Congresso

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21 de junho 2016

Em repúdio à cultura machista e do estupro que viola o espaço e a intimidade da mulher, as trabalhadoras bancárias do Banco do Brasil se manifestaram contra o assédio sexual no domingo (19/06), último dia do 27º Congresso Nacional dos Funcionários, realizado em São Paulo.

Com uma moção, apresentada pela diretora do Sindicato do Distrito Federal, Teresa Cristina, e aprovada por unanimidade na plenária final, elas reforçaram a necessidade de garantir que as mulheres sejam efetivamente respeitadas e incluídas em todos os espaços da sociedade.

Para as bancárias, que representaram as trabalhadoras do BB no Congresso, o movimento sindical tem papel fundamental nesse processo, já que deve atuar dando prioridade ao combate à violência e à desqualificação da mulher, vítimas históricas da estrutura social patriarcal e capitalista.

Para Gisa Bisotto, secretária Geral do Sindicato de Londrina, este é um importante desafio a ser alcançado, para exigir respeito da sociedade e o fim da cultura machista.

“Não é possível admitir que hoje, em pleno século 21, ainda é mantida a discriminação contra a mulher, a violência física e psicológica. Temos que lutar para vencer as dificuldades de ascensão no trabalho, nas esferas de poder e exigir penas mais duras para os agressores”, ressalta Gisa.

Paridade

A plenária final do 27º Congresso Nacional dos Funcionários do BB também aprovou que, a partir da próxima edição, em 2017, a composição da delegação leve em consideração a paridade entre homens e mulheres, de modo a garantir a igualdade nas relações de gênero.

Esta deliberação segue a tendência observada nos últimos anos com a inclusão das demandas femininas nas pautas de reivindicações de diversas categorias e uniram mulheres de várias correntes políticas e das Centrais Sindicais.

Confira abaixo a íntegra da moção:

Moção de repúdio contra o assédio sexual

Nós, mulheres funcionárias do Banco do Brasil, organizadas neste 27º Congresso, repudiamos a cultura machista e o assédio sexual em todos os espaços, inclusive no movimento sindical. Um dos compromissos da representação sindical é o de transformação da sociedade, rompendo paradigmas do machismo, garantindo espaço, respeito e inclusão efetiva das mulheres trabalhadoras. Por isso, este movimento deve ter como prioridade combater todas as atitudes machistas, a violência e a desqualificação contra a mulher, já tão atacada pela estrutura social predatória do capitalismo. É inadmissível que, num espaço que deveria ser nosso, sejamos frequentemente assediadas pelos companheiros.

Não toleramos manifestações ofensivas e violentas, como “piadinhas”, chacotas, desqualificações e intimidades não concedidas. Estamos unidas, independentemente de correntes políticas, para lutar contra o machismo, utilizando todos os meios possíveis, inclusive os legais, para punir os responsáveis. A mudança desta cultura machista é tarefa das mulheres e homens trabalhadoras(es) e chamamos a todas e todos a assumirem conosco esta tarefa.

Fonte: Sindicato de Brasília