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Banco do Brasil convoca trabalho presencial sem negociação com entidades sindicais

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21 de julho 2020

Funcionários e funcionárias do Banco do Brasil que estão em home office foram surpreendidos, nesta terça-feira (21/07), com uma orientação interna, que estimula irresponsavelmente a convocação indistinta de praticamente todos para retorno ao trabalho presencial a partir do dia 27 de julho, desconsiderando todas as medidas de proteção contra o novo coronavírus (Covid-19) negociadas com o Comando Nacional dos Bancários.

“Pela sensibilidade do tema, careceria de mais tempo para conversas entre o Banco do Brasil e o movimento sindical, que representa os trabalhadores. Não houve nenhuma negociação com os Sindicatos sobre essa atitude, cuja decisão foi unilateralmente tomada pelo BB”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da CEBB (Comissão de Empresa dos Funcionários), João Fukunaga.

O dirigente destaca que há um grande contingente de funcionários que vivem com parentes e familiares integrantes do grupo de risco, e ficariam numa situação de insegurança. Além disso, o banco não está considerando a situação dos pais que possuem crianças pequenas em idade escolar, que ainda não voltaram às aulas, uma vez que escolas e creches têm previsão de funcionamento normal somente após setembro, não tendo, portanto, com quem deixar as crianças no atual momento.

“O BB não deveria estimular o abandono dos filhos pelos pais neste momento, e deixar essa decisão na mão de gestores, que, muitas vezes, não detêm a menor empatia e sensibilidade em relação ao tema. Comprometer a saúde física e mental dos filhos não contribui em nada para a saúde dos próprios funcionários”, observa o dirigente sindical e representante da CEEB pela Fetec-CUT/SP, Getúlio Maciel.

Os dirigentes destacam ainda que a atenção à interpretação errônea que alguns gestores do BB estão fazendo em relação aos funcionários e funcionárias autodeclarados coabitantes com pessoas do grupo de risco. “Em nenhum momento, no comunicado, o banco obriga estas pessoas a voltarem ao trabalho a partir do dia 27 de julho, apenas informa que os coabitantes passam a ser enquadrados nas formas de trabalho disponíveis, inclusive podendo-se utilizar do próprio home office, já assegurado pelo BB para proteger esses mesmos funcionários e sua família”, explica João Fukunaga.

“É espantoso, por exemplo, que alguns escritórios digitais e alguns órgãos de apoio utilizem-se dessa interpretação equivocada para colocar em risco a vida e a saúde dos funcionários autodeclarados coabitantes, chamando-os compulsoriamente à volta ao trabalho presencial não havendo a devida necessidade”, acrescenta Getúlio.

Diante do problema, a CEEBB e os Sindicatos exigem imediata reunião com a o banco para tratar do assunto, no sentido de continuar protegendo a vida e a saúde dos funcionários e seus familiares, como tem sido feito desde que foram firmados os compromissos no início da pandemia.

Fonte: SPBancarios