Categoria quer aumento real e manutenção de empregos

21 de setembro 2016
A greve avança no país inteiro neste 16º dia de mobilização sem que haja sinal de vida dos banqueiros no sentido de retomar as negociações com o Comando Nacional dos Bancários e dialogar, com seriedade, a Minuta de Reivindicações da categoria.
Ao invés disso, os grandes bancos estão voltando no tempo, a ponto de oferecer abono salarial como compensação pelo índice rebaixado que foi proposto e rejeitado prontamente pelo Comando, e ressuscitar os Interditos Proibitórios para sufocar o movimento.
É isto o que está ocorrendo em Londrina nos últimos dias. As administrações locais do Bradesco e do Itaú contrataram cartorários para ficar na porta das principais agências anotando tudo em atas notariais, na tentativa de intimidar funcionários e enfraquecer a greve.
“Essas práticas são do passado, de triste lembrança, que não queremos ver reeditadas. O abono é um artifício que em nada acrescenta na remuneração do trabalhador, porque é pago uma vez, o dinheiro acaba logo e não tem nenhum reflexo nos salários”, explica Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.
Além disso, Regiane alerta a categoria para o risco de voltarmos aos tempos do governo Fernando Henrique Cardoso, em que os salários não podiam ser indexados.
Por conta disso, entre 1995 e 2002, os bancários tiveram perdas salariais de 4,60% nos bancos privados e de 33,53% no Banco do Brasil e de 37,38% na Caixa Econômica Federal.
“Estamos no rumo certo, com uma greve pacífica e amparada pela lei. Se os bancos querem encerrar o movimento, que se sentem com o Comando Nacional para negociar com seriedade as nossas reivindicações, porque não abrimos mão do aumento real e de outras melhorias pelas quais estamos lutando nesta data base”, ressalta.
Por Armando Duarte Jr.