Câmara vira as costas ao trabalhador e aprova terceirização em atividade-fim

22 de abril 2015
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (22/04), seguindo a orientação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a apunhalada nas costas da Classe Trabalhadora, na tentativa de jogar por terra conquistas históricas aprovando a emenda ao PL 4330 que autoriza a terceirização em atividade-fim nas empresas no Brasil.
Na votação, 230 deputados se posicionaram favoráveis à terceirização sem limites e 203 contra. A proposta foi apresentada pelo relator do projeto, o deputado federal Arthur Maia (SD-BA). O PT apresentou uma proposta que contrariava essa emenda, mas esta não foi apreciada.
Além da terceirização em atividade-fim, a Câmara também aprovou a emenda que reduz de 24 para 12 meses, a quarentena que o ex-funcionário de uma empresa deve cumprir para que possa prestar serviços por meio de uma terceirizada.
“A luta não acaba com a votação na Câmara, o projeto ainda passará no Senado. Nós estaremos na rua e teremos um 1º de maio de luta. Vamos ampliar as mobilizações, fazer novos dias de paralisações e, se necessário, uma greve geral para barrar esse ataque nefasto e criminoso aos direitos da Classe Trabalhadora brasileira”, declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Para a secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, o caminho deve ser uma greve geral para contestar a aprovação do PL 4330 na Câmara dos Deputados.
“Nós nos deparamos com uma aberração no Parlamento. Não tem espaço para o debate e não tem acesso dos trabalhadores para discutir com os parlamentares. Se discute a matéria e no outro dia se volta tudo atrás. A partir de amanhã, vamos intensificar as mobilizações. Vamos fazer um 1º de maio forte e aglutinar forças para uma greve geral”, afirmou Graça.
Falta de democracia
Os trabalhadores e trabalhadores que estavam hoje (22/04) à frente do Anexo 2 da Câmara dos Deputados, aguardando uma liberação para que acompanhassem a votação do PL 4330, foram proibidos de entrar nas galerias, da mesma forma como ocorreu na semana passada. Por ordem de Eduardo Cunha, o povo não pôde acompanhar a votação do PL 4330.
“Isso aqui é a Casa do povo, não é a Casa do Cunha”, discursava Vagner Freitas, após a última de inúmeras tentativas de acessar as galerias da Câmara. “É um absurdo o que está sendo feito, isso me lembra a ditadura militar, Eduardo Cunha é um ditador”, afirmou a deputada federal Moema Gramacho (PT-BA).
Fonte: CUT