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Falhas em cobrança do Plano de Saúde demonstram sucateamento da gestão

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22 de junho 2018

Os trabalhadores e trabalhadoras da Caixa Econômica Federal foram surpreendidos com cobranças em duplicidade em suas contas correntes referentes à mensalidade de junho do Saúde Caixa. Em alguns casos, os débitos foram proporcionais ao número de dependentes do titular, tudo atribuído a uma falha técnica no processamento dos arquivos de cobrança. O problema ocorreu na mesma semana em que usuários em todo o País protestaram contra as novas regras do governo que tornam o Plano de Saúde mais caro e excludente.

Comunicado divulgado por WhatsApp e assinado pela Equipe Saúde Caixa confirma o erro e informa que a GESAP já adotou providências e alertou a Central de Atendimento para prestar esclarecimentos. A mensagem também informa que será feito o estorno.

Os problemas técnicos atingiram ativos e aposentados. Neste mês, a Caixa também não conseguiu gerar o arquivo de cobrança para a Funcef, fundo de pensão complementar, o que levou os pagamentos de mensalidades e coparticipações a serem debitados nas contas correntes dos assistidos.

Falhas em mecanismos de cobrança e em outros pontos da operação do Saúde Caixa denotam a precarização que o banco vem impondo à gestão do plano de saúde de seus empregados e aposentados. Sistemas com inconsistências crônicas, dificuldades na contratação de fornecedores e falta de transparência geram grande insatisfação entre os usuários.

“O Saúde Caixa é sustentável e superavitário, tem tudo para funcionar bem, desde que seja bem gerido. Vemos a Caixa sucatear a gestão e a estrutura de atendimento, justo quando o governo quer acabar com esse direito”, questiona a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.

As entidades representativas do pessoal da Caixa lançaram a campanha Saúde Caixa: eu defendo, como forma de alertar os usuários e usuárias a respeito dos ataques que estão sendo feitos. Juntas, Fenae, Contraf-CUT, Fenacef, Fenag, Advocef, Aneac, Social Caixa e Anacef têm motivado os trabalhadores a reagir às novas medidas propostas pelo governo Michel Temer (MDB), as chamadas resoluções CGPAR, que promovem a redução de despesas com a saúde dos empregados das empresas estatais federais.

As resoluções CGPAR e a alteração no Estatuto da Caixa propõem um limite correspondente a 6,5% da folha de pagamento para a participação da Caixa nas despesas com assistência à saúde dos empregados. As novas regras também permitem prazos de carência, limitam a adesão de dependentes, excluem os aposentados, entre outros retrocessos. As mudanças alteram o modelo que vem funcionando desde julho de 2014, quando a Caixa passou a arcar com 70% das despesas assistenciais e 100% dos custos administrativos.

Seminário reúne usuários de planos das estatais

No dia 28 de junho, acontecerá em Brasília o Seminário Nacional em Defesa dos Planos de Saúde de Autogestão das Empresas Estatais. O evento será organizado pela Fenae e Contraf-CUT, FUP, Fintect, Findect, AF BNDES, Anabb e UnidasPrev, e contará com a participação de representantes dos usuários do Saúde Caixa, da Cassi, MAS/Petrobras, BNDES e Postal Saúde.

Serão abordados aspectos técnicos, jurídicos e os impactos das resoluções CGPAR sobre os planos de autogestão das estatais federais. As inscrições já podem ser feitas pelo www.fenae.org.br/seminarioplanosdesaudeestatais. O evento também será transmitido ao vivo, pelo Facebook da Fenae e pelo Youtube.

Usuários apoiam PDC 956/18

Permanece disponível no site da Câmara dos Deputados a enquete sobre o PDC (Projeto de Decreto Legislativo) 956/2018, de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), com o objetivo de sustar a resolução da CGPAR que muda as formas de custeio dos Planos de Saúde dos funcionários e funcionárias das empresas estatais.

Clique aqui para participar da enquete e apoiar este PDC.

Fonte: Fenae