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DIREITOS NÃO CAEM DO CÉU!

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23 de março 2016

A atual conjuntura política e econômica do Brasil está levando ao endurecimento das negociações com os patrões. Agora, mais do que nunca, eles vão tentar retirar direitos históricos dos trabalhadores e até mesmo acabar com o emprego formal, que seria substituído pela terceirização dos serviços. Este golpe na Classe Trabalhadora é objeto do PLC (Projeto de Lei Complementar) 30/2015, que nada mais é do que o texto aprovado em abril do ano passado na Câmara dos Deputados através do PL 4330.

Para impor esse retrocesso, as empresas contam com uma bancada de senadores e deputados ultraconservadora, responsável pela aprovação, na semana passada, do PLS (Projeto de Lei do Senado) 555, que cria o Estatuto das Estatais. Graças à articulação das Centrais Sindicais e dos seus Sindicatos, o texto foi alterado através de um substitutivo e teve retirado, entre outros pontos, o que tornava obrigatória a abertura do capital de todas as empresas públicas.

Mas a batalha continua, não só no Congresso Nacional, mas também no Poder Judiciário, onde alguns juízes também estão decidindo contrariamente aos interesses da Classe Trabalhadora.

Dificuldades nas negociações

“Só para lembrar, no ano passado, nas negociações da Campanha Salarial, tivemos um claro exemplo dessa tendência de radicalismo. Apesar de terem seus lucros cada vez mais altos, os bancos pretendiam negar aumento real para a categoria e se recusaram, no início, a discutir qualquer avanço em relação à nossa pauta de reivindicações”, aponta Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.

Ela lembra que a forte mobilização da categoria, conseguiu mudar essa postura em 21 dias de greve, uma das maiores na história. Além de garantir aumento real pelo 11º ano consecutivo, o movimento nacional dos bancários e bancárias não permitiu a retirada de nenhum direito.

“Sabemos que este ano não será diferente e, a julgar pela atual conjuntura, vai ser mais difícil ainda negociar com os bancos. Por isso, temos que fortalecer os Sindicatos e o conjunto da categoria bancária para continuar com o ciclo de aumento real nos salários, manter nossos direitos e ampliar as conquistas”, orienta Regiane.

A presidenta do Sindicato lembra também que nenhum direito que os bancários têm atualmente caiu do céu. “Tudo veio com muita luta, desde a jornada de seis horas diárias e o fim do trabalho aos sábados, até o piso nacional da categoria, a PLR e todos os auxílios. Nenhum benefício foi dado pelos bancos. Tudo isso foi fruto da luta sindical”, ressalta.

Por Armando Duarte Jr.