Geral

Caged revela que Brasil perdeu 661 vagas de empregos formais em junho

Capa da Notícia

24 de julho 2018

Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho na última sexta-feira (20/07), jogam por terra o discurso usado por Michel Temer (MDB-SP) para aprovar a toque de caixa no Congresso Nacional a reforma trabalhista.

Ao invés da geração de um milhão de novos postos de trabalho, como disse ele na época, o que se vê no País é o aumento do número de desempregados e a institucionalização do bico.

Dois anos após ter assumido o governo, a taxa de trabalhadores e trabalhadoras sem emprego cresceu e no mês de junho foram encerrados 661 postos de trabalho com carteira assinada, conforme aponta o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

 o golpe de Estado que tirou do governo Dilma Rousseff, uma presidenta legitimamente eleita, nem mesmo a formalização do bico e das condições precárias de trabalho estão ajudando a gerar novas vagas no mercado de trabalho.

Foram registrados no mês 1.167.531 admissões e 1.168.192 desligamentos. É a primeira vez no ano que o saldo é negativo.

O último resultado negativo foi registrado em dezembro de 2017, quando, logo após a aprovação da nova legislação, o Brasil perdeu 328.539 empregos com carteira assinada. 

No mês de abril, de acordo com o Caged, foram criados 121.146 empregos, mas em maio o número já havia caído expressivamente e foram gerados apenas 33.659 postos de trabalho no Brasil.

Falta de expectativas de voltar ao mercado

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, está cada vez mais claro que a reforma trabalhista, ao contrário do que foi vendido pelos golpistas, foi aprovada para acabar com os direitos da Classe Trabalhadora.

Segundo ele, além do fim da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e da legalização do bico e de formas fraudulentas de contrato de trabalho, a condução da política econômica é um desastre e tem agravado o cenário de desemprego e falta de expectativa da população brasileira.

“A recessão está destruindo as contas públicas e as famílias brasileiras estão sentindo isso no orçamento. O Brasil com Temer é o retrato da falta de esperança e do aumento do desalento”, completa o presidente da CUT, se referindo ao aumento de 194,9% no número de pessoas que desistiram de procurar emprego no primeiro trimestre de 2018 em comparação com o mesmo período de 2014.

Dados do IBGE mostram que o Brasil tem hoje 4,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que sequer têm forças para procurar uma vaga no mercado de trabalho, depois de meses e meses de tentativas frustradas.

Além disso, são cerca de 27,7 milhões de trabalhadores subutilizados no País, o que inclui os 13,2 milhões de desempregados, as pessoas que gostariam e precisam trabalhar e aqueles que desistiram de procurar.

Pibinho de Temer

A condução da política econômica de Temer, criticada pelo presidente da CUT, fez com que as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) fosse revisadas para baixo novamente.

Além da queda de quase -7% do PIB entre 2015 e 2016 e do crescimento pífio de 1% em 2017, o próprio governo reduziu de 2,97% para 1,6% a previsão de crescimento da economia brasileira em 2018.?

Quando assumiu o governo, há dois anos, Temer disse que iria recolocar o País nos trilhos com reformas para recuperar a economia e os investimentos. Faltando poucos meses para o fim de seu triste mandato, parece mais difícil acreditar em suas palavras.

Fonte: CUT Nacional