Marcha contra as reformas e por diretas já mobiliza 200 mil pessoas

25 de maio 2017
Com a presença de cerca de 200 mil representantes das Centrais Sindicais vindos de todo o Brasil, foi realizado ontem (24/05) o movimento Ocupa Brasília.
Levando faixas, banners, cartazes, balões e carros de som, os manifestantes marcharam contra as reformas propostas pelo governo Michel Temer (PMDB) e a favor de eleições diretas.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o movimento não foi organizado apenas para exigir a saída de Michel Temer, mas, também, para cobrar eleições diretas imediatamente.
"Se fizer eleições indiretas, vai ter o 'Fora Maia', o 'Fora Carmen Lúcia', ou fora qualquer outro que não for eleito com o voto popular", disse ele referindo-se aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), cotados como "presidenciáveis" em uma eleição restrita ao Congresso. "Credibilidade só se dá com eleição. Vamos ficar mobilizados até ter diretas já."
O movimento estava tranquilo até o meio da tarde, até que a repressão foi iniciada quando os manifestantes se aproximaram do Congresso Nacional.
As forças policiais de Brasília foram orientadas pelo governo a conter a multidão com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha, transformando a Esplanada dos Ministérios em campo de batalha.
Acuado, Temer chegou a assinar um Decreto Presidencial, no estilo da ditadura, no qual “autorizou o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”.
Para a CUT, o movimento “Ocupa Brasília” foi um sucesso e a repressão feita pelo governo demonstra sua “falta de preparo para receber uma manifestação democrática”.
Na avaliação da Central, a luta contra as reformas deve continuar e se não forem suspensas as propostas que atacam os direitos trabalhistas e previdenciários a Classe Trabalhadora tem que realizar uma Greve Geral maior ainda da que houve no dia 28 de abril.
Veja abaixo a Nota Oficial da CUT:
Maior Marcha da História
O eixo monumental de Brasília foi tomado por 200 mil manifestantes que protestaram de forma pacífica contra as reformas trabalhista e da Previdência exigindo a retirada imediata das propostas do Congresso, recusaram o "golpe dentro do golpe" com eleição indireta de presidente, defenderam que a palavra tem que ser dada ao povo soberano em eleições diretas já!
A participação da CUT, em unidade com todas as centrais, foi importante para o sucesso do Ocupa Brasília.
Mas, quando o início da Marcha chegou próximo ao Congresso Nacional, o Estado mostrou sua falta de preparo para receber uma manifestação democrática e a polícia, mais uma vez, agiu de forma repressora como sempre faz em atos de trabalhadores e trabalhadoras, que hoje, em Brasília, exerciam seu legítimo direito de manifestação. Milhares de mulheres, e homens, jovens e crianças foram recebidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Temer se aproveitou disso para invocar as Forças Armadas para a defesa da "ordem", lembrando os piores momentos da ditadura militar.
A CUT e as demais centrais não vão esmorecer na luta em defesa dos direitos e da democracia, devendo reunir-se para discutir a continuidade da luta e, continuando a tramitar as reformas, adotar o chamado a uma nova greve geral maior do que paralisou o Brasil em 28 de abril.
A luta continua!
Nenhum direito a menos!
Fora Temer!
Diretas já!