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Bancos fecham 5.864 postos de trabalho entre janeiro e julho de 2015

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25 de agosto 2015

Nos primeiros sete meses deste ano os bancos que operam no Brasil fecharam 5.864 postos de trabalho, de acordo com a PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), divulgada nesta terça-feira (25/08) pela Contraf-CUT. O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, e usa como base os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 3.715 empregos. A Caixa, apresentou corte de 2.180 postos de trabalho no período. 

O resultado foi influenciado, em parte, pelo PAI (Plano de Aposentadoria Incentivada), do Banco do Brasil, e pelo PAA (Programa de Apoio à Aposentadoria), da Caixa Econômica Federal, implementados ao longo de 2015.

"Isto joga por terra os argumentos apresentados pela Fenaban na primeira rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, de que é reduzido o número de demissões no setor. Com os lucros cada vez mais altos, não tem razão para levar em frente medidas que visam tão somente a redução de despesas, gerando acúmulo de serviços nas agências, atendimento precário e aumento do desemprego para o país”, critica Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.  

Clique aqui para acessar as tabelas e gráficos da pesquisa.

Reduções por Estados

No total, 23 estados registraram saldos negativos de emprego. Em apenas quatro houve saldo positivo entre desligamentos e admissões. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1023), São Paulo (-782) e Minas Gerais (-618) e Rio Grande do Sul (-579). Já o Pará, foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 108 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso, com 39 novos postos no período 

Rotatividade e salário

De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 20.426 funcionários e desligaram 26.290 nos sete primeiros meses de 2015.

A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.427,10, contra R$ 6.234,13 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 55% menor que a remuneração dos dispensados.

Desigualdade entre homens e mulheres

A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. 

A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.757,29 no período. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.065,40, valor 18,4% inferior à remuneração de contratação dos homens. 

A desigualdade também permanece no desligamento. A média dos salários dos homens foi de R$ 6.986,58 no período, enquanto a remuneração das mulheres ficou em R$ 5.408,45. Resultando em um salário médio 22,6% menor do que o dos homens. 

Fonte: Contraf-CUT