Negociação sobre saúde e condições de trabalho termina sem avanços

25 de agosto 2015
Integrantes da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e representantes do banco debateram hoje (25/08), as cláusulas da pauta de reivindicações que dizem respeito a saúde e condições de trabalho.
Foi cobrado do BB melhoria nas condições dos funcionários em licença saúde, como a prorrogação do pagamento dos Auxílios-refeição e a Cesta-alimentação durante todo o período da licença, bem como a irredutibilidade do salário durante o período de afastamento. O banco considera muito difícil o atendimento desta proposta. Os funcionários argumentaram que a perda dos tickets alimentação e refeição tem levado muitos funcionários a trabalharem doentes, o que agrava e prorroga os motivos do afastamento.
Os representantes dos funcionários também cobraram do BB que simplifique a folha de pagamento do funcionário licenciado e que permita o parcelamento dos débitos dos acertos do INSS, para evitar que o salário fique negativo em alguns períodos.
Funcionários de bancos incorporados
Na pauta de saúde, os destaques foram a discriminação dos funcionários oriundos de bancos incorporados e o acesso aos programas de saúde do BB. Os trabalhadores cobraram do banco a apresentação uma lista de todos os itens que há impedimentos aos funcionários de bancos incorporados para a busca conjunta de soluções.
Foi cobrado da diretoria ainda as soluções para que os funcionários incorporados possam participar da Cassi e da Previ nas situações existentes possíveis hoje para alguns grupos.
Wagner Nascimento, coordenador do Comissão de Empresa, lembra que desde as primeiras incorporações, em 2009, o Banco do Brasil tem sempre argumentado que precisa de uma solução global para todos os funcionários incorporados no que se refere a Cassi e a Previ.
"Essa solução nunca chega e tem mais servido de uma boa desculpa para não avançar nos debates. É possível a integração nos planos de saúde e previdência de boa parte dos incorporados. O argumento dado pelo banco é que isso pode trazer mais problemas. O que reflete o não interesse em achar soluções", afirmou.
Cassi e Plano Odontológico
Os trabalhadores também cobraram também as melhorias na Cassi, como o custeio da ampliação da Estratégia Saúde da Família e apresentação de soluções na mesa específica. Foram apresentadas propostas de incremento de receitas como percentual nos acordos de CCP e CCV e outros acordos e processos judiciais, bem como cobrado do BB que destine uma parte da PLR para a Cassi como forma de melhorar a saúde financeira da Caixa de Assistência.
Os funcionários cobraram do banco melhorias do Plano Odontológico e que este seja administrado pela Cassi, para gerar mais receitas e melhorar o atendimento do Plano. O banco informou mudanças no atual Plano Odontológico e apresentou uma carta que está sendo encaminhada aos funcionários com as melhorias na BB Dental. O BB também ficou de apresentar à Comissão de Empresa a lista detalhada dos procedimentos que tiveram melhoria.
Para Wagner Nascimento, as mudanças no Plano Odontológico são reivindicações antigas dos funcionários, desde que o Plano foi implantado, fruto de conquista da Campanha Salarial de 2008. "As nossas pautas de reivindicações, desde 2010, sempre cobram melhorias no Plano Odontológico. O fato do banco fazer em silêncio nada mais é do que uma forma de querer tirar o mérito da luta dos trabalhadores."
Ato de gestão
A Contraf-CUT e Sindicatos novamente cobraram do BB o fim das demissões e descomissionamentos por ato de gestão, quando não é dada nenhuma justificativa ao trabalhador. Os representantes dos funcionários pediram a extinção desses atos, que muitas vezes tem servido apenas para ameaçar os trabalhadores. O banco tem afirmado que os casos demissão e descomissionamentos são pontuais e que não vê neste momento a necessidade acabar com esse instrumento.
Wagner Nascimento, acredita que tendo hoje inquéritos administrativos, aplicação do código de ética e conduta e, ainda, os ciclos avaliatórios de GDP, já existem instrumentos suficientes ao banco para fazer a sua gestão disciplinar. "O uso do ato de gestão é uma política para demonstrar seu poder de querer demitir os trabalhadores. O contrassenso da gestão de pessoas do BB é tanto que no período em que cobramos mais contratações, o banco quer continuar tendo o poder de demitir. Se não é uma política deliberada do banco, que faça o gesto de grandeza de acabar com esse instrumento", sugeriu.
A próxima rodada de negociações está agendada para dia 31 de agosto, em Brasília, e abordará os temas segurança, igualdade de oportunidades e isonomia.
Fonte: Contraf-CUT