Geral

Bancos fecham 6.319 postos de trabalho entre janeiro e outubro de 2015

Capa da Notícia

25 de novembro 2015

A PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), realizada pela Contraf-CUT, em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgada ontem (24/11), em São Paulo, revelou que, de janeiro a outubro deste ano, os bancos que operam no Brasil fecharam 6.319 postos de trabalho.

O estudo é feito mensalmente com base nos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Os bancos múltiplos, com carteira comercial, segmento que engloba grandes instituições, como Itaú, Bradesco, Santander, HSBC e Banco do Brasil, foram os principais responsáveis pelo saldo negativo. Eles eliminaram 3.980 empregos. O número também foi impactado pelos planos de aposentadoria incentivada promovidos pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. Somente na Caixa foram fechados 2.356 postos de trabalho.

Para Gisa Bisotto, secretária Geral do Sindicato de Londrina, estes números demonstram a falta de compromisso dos bancos com o restante da sociedade e a farsa do discurso apresentado por eles nas negociações da Campanha Nacional Unificada 2015.

“Os bancos rejeitaram a implantação de qualquer mecanismo para preservar os empregos, que foi uma das prioridades da categoria na Campanha deste ano. Ao mesmo tempo, negaram o índice de reajustes que nós reivindicamos, sob alegação de não era possível conceder aumento real para contribuir com o Governo na superação da crise”, recorda.

Para Gisa, com os lucros exorbitantes que o setor vem tendo não existe razão para corte de pessoal, pelo contrário, seria o momento de melhorar as condições de trabalho dos funcionários e oferecer atendimento de qualidade aos clientes e usuários.

Reduções de pessoal por Estados

De acordo com a PEB, 23 Estados registraram saldos negativos de emprego. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-1126), São Paulo (-1088), Rio Grande do Sul (649) e Distrito Federal (-646). Já o Pará, foi o estado com maior saldo positivo, com geração de 132 novos postos de trabalho, seguido pelo Mato Grosso (74).

Rotatividade e salário

De acordo com o levantamento da Contraf-CUT/Dieese, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 27.503 funcionários e desligaram 33.822 nos primeiros dez meses. A pesquisa também revela que o salário médio dos admitidos pelos bancos foi de R$ 3.507,23, contra R$ 6.246,41 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 56,1% menor que a remuneração dos dispensados.

Desigualdade entre homens e mulheres

A pesquisa mostra também que as mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. A média dos salários dos homens admitidos pelos bancos foi de R$ 3.855,43 entre janeiro e outubro. Já a remuneração das mulheres ficou em R$ 3.121,93, valor cerca de 23,5% inferior à remuneração de contratação dos homens.

A diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos entre janeiro e outubro deste ano recebiam R$ 5.376,29, que representou 76,5% da remuneração média dos homens desligados dos bancos, de R$ 7.029,89.

Veja aqui a íntegra da pesquisa

Fonte: Contraf-CUT e Dieese