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Bancos aumentam em 97,6% cortes dos postos de trabalho da categoria

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26 de janeiro 2016

Em busca de lucros cada vez mais exorbitantes, os bancos que operam no Brasil fecharam 9.886 postos de trabalho, de acordo com a PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), divulgada no dia 22 de janeiro pela Contraf-CUT. Além de ser muito alto, este número representa quase o dobro dos cortes efetuados pelo setor em 2014, quando foram extintos 5.0004 empregos na categoria, diferença esta que alcançou 97,6% em apenas um ano. Na comparação com os 4.329 cortes feitos em 2013, o resultado é ainda maior: 128,4%.

O estudo é feito mensalmente, em parceria com o Dieese, usa como base os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. De acordo com a PEB, São Paulo foi o Estado onde houve maior número de eliminação de empregos, com 2.835 vagas a menos nos bancos. No Paraná, no ano passado foram cortados 496 postos de trabalho na categoria bancária.

Para Divonzir Lemos Carneiro, presidente do Sindicato de Cornélio Procópio, os bancos se transformaram em verdadeiros exterminadores de empregos. “Infelizmente, o setor que mais ganha no país é o que menos contribuiu para afastar a crise e gerar desenvolvimento. Ao invés de ampliar o número de funcionários para reduzir a pesada sobrecarga de serviços e oferecer atendimento de qualidade, eles estão enxugando cada vez mais o quadro com a única e exclusiva finalidade de elevar ainda mais seus ganhos”, critica Divonzir.

Rotatividade e salário
 

De acordo com a PEB, além do corte de vagas, a rotatividade continuou alta. Os bancos contrataram 29.889 funcionários, mas desligaram 39.775, em 2015. De acordo com a pesquisa, o salário médio dos admitidos foi de R$ 3.550,19, contra R$ 6.308,10 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram nos bancos receberam valor médio 43,7% menor que a remuneração dos dispensados.

Desigualdade entre homens e mulheres
 

Além disso, a desigualdade continua presente no setor financeiro. As mulheres, mesmo representando metade da categoria e tendo maior escolaridade, continuam discriminadas pelos bancos na remuneração. As 14.291 mulheres admitidas nos bancos, em 2015, receberam, em média, R$ 3.158,29. Valor 19,2% inferior à remuneração média dos homens contratados no mesmo período, que foi de R$ 3.909,25.

 A diferença de remuneração entre homens e mulheres é ainda maior na demissão. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos entre janeiro e dezembro de 2015 recebiam R$ 5.439,40, que representa 23,4% a menos que o salário dos homens desligados dos bancos, de R$ 7.104,83, conforme o levantamento.

Clique aqui para conferir a íntegra da Pesquisa de Emprego Bancário.

Fonte: Contraf-CUT