Bradesco amplia lucro em 9,8% e corta 9.051 postos de trabalho

26 de abril 2018
O balanço do Bradesco referente ao primeiro trimestre deste ano apontou a obtenção de lucro líquido de R$ 5,102 bilhões, o que representa uma alta de 9,8%, em relação ao mesmo período de 2017 e de 4,9%, na comparação com dezembro de 2017.
O destaque nas contas do banco foi o corte de 9.051 postos de trabalho. O Bradesco encerrou os três primeiros meses de 2018 com 97.593 empregados.
Grande parte dessa redução se deve ao PDVE (Plano de Desligamento Voluntário Especial) que, de acordo com o balanço, teve 7,4 mil adesões. No período, ainda, foram fechadas 414 agências e 63 PAs (Postos de Atendimento).
“O Bradesco continua a mostrar sua falta de responsabilidade social. Não há explicação para o banco que acumula lucros tão exorbitantes fechar tantos postos de trabalho, agências e postos de atendimento. Este é o momento de cobrarmos mais contratações, para melhorar as condições de trabalho dos bancários e o atendimento aos clientes”, afirmou Gheorge Vitti, coordenador da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Clique aqui para ver a análise do Dieese sobre o balanço do Bradesco.
O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,6%, com aumento de 0,6 p.p. em 12 meses. Segundo o Banco, o lucro líquido recorrente do período foi impulsionado pela boa performance das receitas de prestação de serviços em 12 meses, e das despesas operacionais (pessoal e administrativas); assim como pela redução nas despesas com PDD, que também impactaram o resultado operacional.
A Carteira de Crédito do banco apresentou queda de 3,2% em doze meses e atingiu R$ 486,6 bilhões. No trimestre a queda foi de 1,3%. As operações PF (Pessoa Física) cresceram 3,5% em relação a março de 2017, chegando a R$ 177,8 bilhões. Já as operações com PJ (Pessoa Jurídica) alcançaram R$ 308,8 bilhões, com queda de 6,7% em 12 meses. Os produtos que apresentaram maior destaque para PF foram o crédito pessoal consignado (alta de 13,4%) e o CDC/Leasing Veículos (cresceu 10,0%).
O imobiliário apresentou crescimento de 5,5% no período. Para PJ, a principal queda ocorreu na conta de Grandes Empresas (-7,5%), nas operações com micro, pequenas e médias empresas, a queda foi de 4,7%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou redução de 0,3 p.p em 12 meses, ficando em 4,4%. As despesas de PDDs (Provisões para Devedores Duvidosos) foram reduzidas em 44,7%, totalizando R$ 4,6 bilhões.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 4,3% em 12 meses, totalizando R$ 6,0 bilhões. Já as despesas de pessoal ficaram praticamente estáveis em doze meses, num total próximo a R$ 4,9 bilhões. A cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 123,7%.
Fonte: Contraf-CUT