Geral

Home office deve ser implantado nos bancos de forma permanente

Capa da Notícia

27 de junho 2020

Usando as medidas de isolamento contra a pandemia como laboratório, setor financeiro do País vê no trabalho remoto um meio de reduzir custos e ampliar ganhos

Reportagem da edição de terça-feira (23/06) do jornal Valor Econômico, intitulada “Adotado no ‘susto’, home office será permanente nos bancos”, revela que o setor utilizou as medidas de isolamento social tomadas para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) como um estudo para reduzir custos e ampliar seus ganhos.

Com cerca de 230 mil funcionários e funcionárias trabalhando em casa desde meados do mês de março deste ano, as instituições financeiras concluíram que “a jornada remota não é apenas mais econômica, como tem sido mais produtiva”.

Esse é o entendimento de executivos do Banco do Brasil, Bradesco, do Itaú e do Santander ouvidos pelo Valor Econômico, afirmando que uma grande quantidade de bancários irá trabalhar em casa em uma parte de sua jornada. A exceção é a Caixa, que não descarta essa possibilidade, mas, provavelmente, pela necessidade de manter o atendimento presencial nas agências para efetuar o pagamento de diversos benefícios sociais, ainda não tem um plano para apostar de forma mais incisiva no sistema home office.

De acordo com o jornal, no Banco do Brasil, que tem 32 mil funcionários trabalhando remotamente, o plano é deixar cerca de 10 mil dos que atuam em área administrativas em jornada parcial neste sistema. “O emergencial está nos dando a oportunidade de olhar para dentro de casa e ver onde pode haver ganhos de eficiência”, declarou um executivo do banco.

No Bradesco, a intenção segue no mesmo sentido. O banco espera concluir em um mês os estudos e planeja manter entre 30% e 40% do pessoal da área administrativa trabalhando em casa, enquanto outro grupo, de 25% a 30% dos funcionários, não precisará comparecer ao “escritório” todos os dias da semana.

“Já que a gente teve que fazer esse piloto forçado, a conclusão é que há ganhos para a companhia e para os funcionários com o home office”, justificou André Cano, vice-presidente executivo do Bradesco.

Segundo ele, as operações feitas nas agências caíram 70% durante a pandemia, o que levará o banco a fechar este ano mais do que 320 agências como estava previsto. Neste caso, o executivo disse que os funcionários serão aproveitados em outras áreas em serviços de atendimento digital.

O Itaú, um dos bancos que mais investiram na digitalização das operações bancárias, ainda não definiu qual a quantidade de funcionários vai manter em home office. Conforme informou o jornal, o banco fez um levantamento interno e 90% dos 16 mil bancários e bancárias ouvidos afirmaram que suas atividades podem ser feitas à distância e que poderiam trabalhar de casa, em média, três dias da semana.

“As reuniões estão mais focadas e o trabalho está mais produtivo, além do benefício de poder passar mais tempo com a família e menos no trânsito”, disse Sérgio Fajerman, executivo de Recursos Humanos do Itaú.

Manutenção dos direitos

Enquanto os bancos vão se adaptando às regras da pandemia do novo coronavírus, o Comando Nacional dos Bancários segue em busca de garantias da manutenção dos direitos atuais da categoria, com a prorrogação da validade da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que tem vigência até 31/08, bem como dos Acordos Aditivos assinados com os bancos, além de querer discutir garantias de emprego no setor para quando terminar esse período de incertezas pelo qual passa o País e o mundo.

Clique aqui para ler a matéria do Valor Econômico.

Por Armando Duarte Jr.
Fonte: Valor Econômico