Greve de 69 dias dos bancários de São Paulo em 1951 alavancou a organização da categoria, uma das mais fortes no País atualmente

Os Sindicatos do Vida Bancária estão realizando atividades nesta semana em comemoração ao Dia d@ Bancári@ - 28 de Agosto, sinônimo de garra, organização e referência de luta para outras categorias profissionais.

A data foi instituída para lembrar a greve realizada no dia 28 de agosto de 1951 por melhores salários e condições de trabalho, mobilizando trabalhadores de todo o País.

Combatida com forte repressão pelos governos da época e até da Igreja, o movimento foi encerrado na maioria dos Estados após os bancos terem concedido 20% de reajuste. Mas bancários e bancárias de São Paulo não aceitaram esse índice e continuaram com a paralisação.

Foram 69 dias de greve, uma das mais longas da história da categoria, que resultou no aumento de 31% de aumento para os bancários paulistas. Muitos líderes sindicais foram demitidos e outros transferidos para o interior do Estado, o que levou à formação de vários Sindicatos, impulsionando a organização da categoria.

Segundo José Roberto Brasileiro, presidente do Sindicato de Apucarana, a rejeição pelos grevistas do índice de 20% oferecido pelos bancos naquela época resultou na fundação, em 1955, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).

“Os bancos, assim como outras empresas, não usavam uma fonte confiável para calcular a inflação, por isso, os bancários de São Paulo não aceitaram os 20% e seguiram em frente com a greve por um índice de reajuste que realmente contemplasse as perdas salariais”, explica Brasileiro, lembrando que o Dieese continua atuando até os dias atuais assessorando o movimento sindical na construção das Campanhas Salariais e de outras lutas para manter o poder de compra da Classe Trabalhadora.

Por Armando Duarte Jr.
Fonte: Spbancarios