Maioria das Assembleias aprova proposta de 10% de reajuste nos salários e 14% nos vales e encerra greve nacional

27 de outubro 2015
Seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, a grande maioria das Assembleias realizadas ontem (26/10) em todo o País aprovou a proposta da Fenaban, assim como os Acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, encerrando a greve de 21 dias.
O Comando Nacional avaliou que a Campanha 2015 ocorreu em meio a um cenário político e econômico muito controverso e os bancos quiseram tirar proveito disso, tentando impor um índice de reajuste abaixo da inflação acumulada desde a última data base e ofereceram um abono, em forma de um cala boca para conter a organização da categoria.
O reajuste é uma conquista mais importante para a categoria, pois incide no piso e na PLR, e veio através da intensa mobilização da categoria nesta Campanha Salarial, que foi fundamental para vencer a resistência dos bancos e impedir o arrocho.
A proposta dos bancos eleva para 10% o índice de reajuste sobre o salário e em 14% os vales alimentação e refeição. Reajusta também em 10% o piso salarial e 10% sobre o valor fixo da regra básica e sobre o teto da parcela adicional da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), sendo que a parcela adicional será de 2,2% o lucro líquido a ser distribuído linearmente.
Com este índice, os salários da categoria bancária acumulam 20,83% de ganho real e os pisos 42,3%. O vale refeição será de R$ 29,64 por dia, com reajuste de 14% e 3,75% de ganho real.
A nova proposta da Fenaban, apresentada no 19º dia da greve e após três duras rodadas de negociação, retomadas devido a força da mobilização da categoria, avançou depois que os bancos recuaram da proposição inicial e aceitaram considerar, para efeito de compensação, os dias de paralisação de 6 de outubro a 26 de outubro de 2015. Assim, um dia após a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, os bancários e bancárias vão compensar no máximo uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.
Levantamento feito pela Contraf-CUT até as 23h00 de segunda-feira (26/10) indicou que a maioria das assembleias aprovou tanto a proposta dos bancos quanto os Acordos específicos do BB e da Caixa.
A proposta da Fenaban 2015
Reajuste: 10%.
Pisos: reajuste de 10%.
- Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62
- Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10
- Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).
PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.
PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.
Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79. O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.
Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.
Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52
13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52
Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).
Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70
Saúde – A Fenaban apresentou um termo de entendimento a ser assinado entre os seis maiores bancos e o movimento sindical bancário com mesas específicas para tratar de ajustes na gestão das instituições de modo de reduzir as causas de adoecimento e afastamento. As comissões de empresa acompanharão para garantir a melhoria das condições de trabalho.
Fonte: Contraf-CUT