Pedido de CPI das contas da Previdência já tem assinaturas necessárias

28 de fevereiro 2017
O senador Paulo Paim (PT-RS) já conseguiu recolher 29 assinaturas no pedido para que o Senado instale uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a real situação da Previdência Social no Brasil.
O objetivo é passar as contas a limpo para trazer a verdade em relação ao déficit apontado pelo governo Michel Temer (PMDB) como justificativa para a reforma que está tramitando na Câmara dos Deputados.
"O governo diz que a Previdência é deficitária, mas nós dizemos que é superavitária. Queremos, então, tirar a prova e saber quem são os maiores devedores, além de entender como é a história das fraudes, sonegações e anistias", argumenta Paim.
O senador disse que começou no Senado a colher assinaturas para uma CPI da Previdência Social com uma palavra de ordem: parem essa bomba de reforma e vamos ver quem está com a razão.
Ele considera a CPI fundamental para ver quem está roubando a previdência de todos os brasileiros. Entidades ligadas à auditoria fiscal apontam R$ 400 bilhões em dívidas que precisam ser cobradas dos empresários.
"Se pegarmos os grandes devedores, aí se comprovará, mais uma vez, que não há déficit na Previdência, mas superávit. Esse discurso falso do governo golpista não se sustenta", afirmou o senador, em reportagem da Agência PT no Senado.
Ao jornal Dia, Paim afirmou que tem sofrido pressão por parte do governo para que não dê seguimento à criação da CPI. "O governo está fazendo terrorismo, inclusive ameaçando senadores para que eles retirem o nome, mas quem não deve não teme. Quem tem medo de uma investigação?", questionou.
Pressão popular
A abertura das contas da Previdência Social, por meio de uma CPI, também é tema de uma Petição Pública, que está recolhendo assinaturas via internet.
A Ong Avaaz já conseguiu cerca de 20 mil apoios à petição que será entregue aos senadores.
Clique aqui para acessar o site e fortalecer essa luta contra a proposta de reforma da Previdência defendida por Temer.
A reforma
A PEC 287, que trata da reforma da Previdência, altera regras para que o trabalhador acesse benefícios previdenciários, como estabelecer idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres darem entrada no pedido de aposentadoria junto ao INSS, além de impor mecanismos diferentes de cálculo e o fim da cumulatividade de pensão com aposentadoria, entre outros pontos.
A medida tem recebido fortes críticas de parlamentares da oposição e até membros da base aliada de Michel Temer, que se queixam do caráter austero da proposta.
Fonte: Rede Brasil Atual