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Ato Público destaca importância da prevenção dos acidentes de trabalho

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28 de abril 2015


O presidente do Sindicato de Londrina, Wanderley Crivellari, falou sobre
o elevado número de adoecimentos na categoria bancária

Neste dia 28 de abril, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, o Sindicato de Londrina e a CUT Regional Norte participam de Ato Público no Calçadão para alertar à população sobre a importância da prevenção, tanto de acidentes, como de doenças ocupacionais.

A atividade também conta com dirigentes de Sindicatos filiados à UGT (União Geral de Trabalhadores) e à Nova Central, bem como de representantes do Cerest (Centro de Referência de Saúde do Trabalhador) de Londrina.

O Dia 28 de Abril foi instituído pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 2003, como Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, para lembrar o acidente ocorrido em uma mina, no Estado da Virgínia (EUA), nesta data, em 1969, que terminou com um saldo tráfico de 78 operários mortos.

O tema deste ano é "Trabalho Decente = Saúde do Trabalhador. Não pode haver trabalho decente com retirada de direitos".

Aproveitando este mote, a Contraf-CUT, bem como as demais entidades sindicais reforçam nas manifestações de hoje a luta contra o PL (Projeto de Lei) 4330 e outras propostas de alteração na legislação que estão em debate no Congresso Nacional, oferecendo risco aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Segundo Kelly Menegon, diretora do Sindicato de Londrina, o PL 4330 poderá acarretar o aumento de mortes e adoecimento, pois a terceirização representa precarização nas condições de trabalho e falta de segurança para os trabalhadores que atuam neste sistema de contratação.

Categoria bancária


Simbolizando o bancário doente, o diretor do Sindicato, Cesar Caldana, chamou atenção para o avanço
das doenças ocupacionais

A categoria bancária pode ser uma das mais afetadas caso esse projeto de regulamentação da terceirização no Brasil não seja derrubado. Devido ao ritmo intenso de trabalho e metas abusivas, os bancários e bancárias estão entre os que mais adoecem no país, vítimas de lesões por esforços repetitivos e problemas psíquicos, dentre outros.

O anuário estatístico da Previdência Social de 2013 aponta que, naquele ano 13.849 bancários e bancárias foram afastados do trabalho em função de acidentes e doenças ocupacionais. Entre em as causas, estão transtornos mentais e ocupacionais, LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e dos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), lesões de causas externas e tumores.

Kelly afirma que o cenário na base territorial do Sindicato de Londrina não é muito diferente. De acordo com ela, em 2014, a entidade emitiu 38 CATs (Comunicações de Acidentes de Trabalho) e este ano já foram preenchidas outras 18.

“Este é o resultado da atual forma de organização do trabalho nos bancos. Os bancários e bancárias trabalham sobrecarregados devido à falta de pessoal, com a cobrança constante de metas abusivas, ameaça de demissão e ainda estão convivendo com o fantasma da terceirização, através do PL 4330. Por tudo isso hoje é um dia de protestos por melhores condições de trabalho, contra a terceirização e para mudar esse cenário”, afirma a diretora do Sindicato de Londrina.

Terceirização x exploração

Estudos revelam que os terceirizados ganham em média 24% menos do que os contratados, a maioria não recebe PLR, nem vale-alimentação ou refeição. No caso do ramo financeiro, ao invés de 6 horas por dia, trabalham 8 horas, incluindo sábados e também domingos. E isso poderá atingir um contingente cada vez maior de trabalhadores, caso o enquadramento sindical mude para os atuais bancários.

“A terceirização irá aumentar o ganho de produtividade dos patrões à custa das doenças, acidentes e mortes de trabalhadores. Segundo o Dieese, oito em cada 10 acidentes de trabalho ocorrem com terceirizados.O PL 4330 irá degradar ainda mais as condições de trabalho e ampliar os adoecimentos e mortes de trabalhadores e trabalhadoras. Não podemos permitir isso”, ressalta Kelly Menegon.

MPS 664 e 665


Kelly Menegon, diretora do Sindicato de Londrina,
na distribuição de material informativo à população

Entre outras bandeiras de luta, as atividades deste dia 28 de Abril destacam também a luta contra as MPs (Medidas Provisórias) 664 e 665, que alteraram diretos históricos da Classe Trabalhadora, como o Seguro-desemprego e o Auxílio-doença.


A MP 664 permite a privatização das perícias médicas, principalmente as perícias acidentárias, que objetivam a investigação da relação do nexo de causalidade com o trabalho. “Isso é um grande erro e acarreta grandes perdas aos trabalhadores e à própria Previdência Social”, avalia a dirigente sindical de Londrina, lembrando que para se tornarem Leis, as MPs precisam ser votadas até o dia 1º de junho no Congresso Nacional.