Governo Beto Richa joga pesado contra professores

28 de abril 2015
Após um breve recesso, professores da Rede Estadual de Ensino do Paraná e das Universidades retomaram ontem (27/04) greve por tempo indeterminado, como forma de impedir a aprovação na AL (Assembleia Legislativa) do projeto de lei 252/2015, que mexe na previdência complementar dos servidores estaduais.
Este projeto foi aprovado, em primeira votação, na sessão de ontem da AL e nesta terça-feira está sendo discutido na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Para impedir a entrada dos grevistas no prédio do Legislativo, da mesma forma como ocorreu no início do ano, o governador Beto Richa (PSDB) levou para Curitiba 1,5 mil policiais militares.
De madrugada, PMs invadiram o acampamento montado em frente à AL e feriram oito pessoas. Na manhã de hoje houve confronto com os professores e para controlar a situação foram jogadas bombas de efeito moral e gás de pimenta sobre os grevistas.
Cortando gastos com a aposentadoria alheia
O projeto 252/2015 estabelece a transferência de 33,5 mil servidores estaduais que estão com mais de 73 anos para o Fundo Previdenciário (Parana/Previdência). Desta forma, o governador quer deixar de arcar com R$ 125 milhões mensais de aposentadorias a este segmento, aliviando assim o orçamento do Estado.
Os servidores da ativa e que pertencem ao Fundo Previdenciário não concordam com essa manobra, temendo que a mesma possa comprometer futuras aposentadorias.
De acordo com a APP Sindicato, o governo do Paraná quebrou o acordo em relação à Paraná/Previdência e não acatou as alterações no projeto apresentadas pelas entidades que representam os servidores estaduais. Conforme deliberado em Assembleia Estadual dos professores, realizada no sábado (25/04), em Londrina, a greve vai continuar até que seja retirado o projeto de lei 252/2015.
Práticas antissindicais
Contando com o apoio do Poder Judiciário, Beto Richa conseguiu na Justiça liminares que consideram a greve ilegal e sujeita a APP Sindicatos e demais entidades representativas dos servidores estaduais a multas de até R$ 40 mil por dia, caso seja mantido o movimento.
Da mesma forma, o deputado Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, obteve na Justiça Interdito Proibitório, impedindo que os professores em greve possam acompanhar a votação do projeto que coloca em risco a ParanaPrevidência.
Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR