A presidenta do Sindicato de Londrina, Regiane Portieri, chamou a atenção para os números alarmantes de acidentes de trabalho no país

Nesta quinta-feira (28/04), a diretoria do Sindicato de Londrina está realizando no Calçadão atividade para divulgar o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho. Está sendo distribuída Carta Aberta à população com informações a respeito desta data e explicando a sua importância para reduzir as trágicas estatísticas em relação às doenças e acidentes resultantes do trabalho.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Previdência Social, ocorreram entre 2013 e 2014 cerca de 2.143.784 acidentes de trabalho. Mas para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a Fundação FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), este número não reflete a realidade, pois muitos casos são subnotificados. Estudos feitos pelos dois órgãos apontam a ocorrência de 5 milhões de acidentes de trabalho no Brasil entre 2012 e 2013.

“Estes números são alarmantes e demonstram que as empresas não estão dando a devida atenção a políticas de prevenção de doenças e acidentes que estão afetando a saúde física e mental de trabalhadores e trabalhadoras”, avalia Regiane Portieri, presidenta do Sindicato de Londrina.

Regiane afirma que além de gerar uma multidão de brasileiros lesionados, ou seja, impossibilitados de exercer suas atividades, essa falta de atenção às normas do Ministério da Saúde, custa R$ 71 bilhões por ano para o país, somando benefícios pagos pela Previdência Social e os prejuízos causados para as próprias empresas e a sociedade.

Doenças psicológicas crescem nos bancos

Kelly Menegon, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina, distribui Carta Aberta com informações sobre o Dia 28 de Abril à população

Por conta das pressões constantes pelo cumprimento das metas, os bancos estão no grupo dos setores com maior incidência de doenças do trabalho. Se antes isso se dava pelo alto número de casos de LER/DORT, após a automação dos serviços, no início dos anos 90, hoje, juntam-se a estes as chamadas doenças psicológicas.

“O assédio moral, aliado à ameaça da perda de emprego está fazendo com que aumentem os casos de estresse, depressão e de outros distúrbios psicológicos nos bancários e bancárias”, afirmaKelly Menegon, secretária de Saúde do Sindicato de Londrina.

Segundo ela, levantamento feito pelo Ministério da Previdência aponta que em 2013, os bancos foram responsáveis por 17,72% do total de acidentes e doenças do trabalho registrados no país.

“Não só hoje, neste dia em alerta para os acidentes de trabalho, mas todos os dias estamos atentos a esse problema e levantamos junto aos bancos a necessidade de rever a forma como são definidas as metas, bem como a organização do trabalho para reduzir o número de adoecimentos na categoria”, finaliza Kelly.

Por Armando Duarte Jr.