Bancários criticam mudanças unilaterais no Plano de Saúde

28 de novembro 2013
Representantes da Contraf-CUT e entidades filiadas criticaram ontem (27/11), durante reunião do CRT (Comitê de Relações Trabalhistas), em São Paulo, as mudanças unilaterais no Plano de Saúde dos funcionários e aposentados, à exceção da Cabesp, e cobraram alterações do banco para preservar os direitos dos trabalhadores. Houve também discussões sobre demissões, homologações por prepostos terceirizados e metas para caixas, dentre outros assuntos.
"Mais uma vez, os bancários saíram frustrados da negociação, pois o Santander não trouxe avanços. Precisamos intensificar a mobilização em todo país para que o banco atenda as reivindicações dos trabalhadores e respeite o Brasil e os brasileiros", avalia o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Emprego
Nesta quinta-feira (28), às 17h00, representantes das entidades sindicais e Afubesp se reúnem com o vice-presidente sênior do Santander, responsável pela área de recursos humanos, para discutir os problemas de emprego.
"Vamos reivindicar o fim das demissões, da rotatividade e das terceirizações, bem como mais contratações de funcionários, a fim de melhorar as condições de trabalho, evitar o adoecimento de funcionários e buscar atendimento de qualidade aos clientes", destaca o dirigente sindical. "Não é à toa que o banco voltou a ser campeão em outubro no ranking de reclamações de clientes no BC num ano em que ocupou essa incômoda liderança por sete meses consecutivos", acrescenta.
Alterações nos Planos de Saúde
O banco vai alterar a forma de cobrança dos Planos de Saúde, à exceção da Cabesp. Atualmente os valores são definidos com base na faixa salarial. A partir de janeiro de 2014, as contribuições serão calculadas com base na faixa etária. Essas alterações unilaterais encarecerão os planos para os funcionários na ativa e praticamente inviabilizarão a manutenção do convênio para os aposentados.
De acordo com a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, o movimento sindical quer que o banco interrompa a implantação dessa mudança arbitrária até que haja discussão sobre o tema com os representantes dos trabalhadores. O banco agendou uma reunião específica sobre o assunto para a próxima quarta-feira (4/12), às 16 horas.
"Considerando que os trabalhadores fazem parte do contrato, e para que a negociação esteja no mesmo nível para todos, reivindicamos que o banco forneça a cópia do contrato e dos estudos atuariais que determinaram os valores a serem cobrados", propôs Rita.
Metas para caixas
Um dos maiores problemas enfrentados pelos funcionários das agências é a cobrança por metas. Após muitos anos de pressão dos dirigentes sindicais, o Santander divulgou em julho um comunicado para toda a rede de agências orientando que o caixa não pode ser cobrado pelo cumprimento de metas de venda de produtos.
> Clique aqui para ler o comunicado do banco sobre as atividades dos caixas.
No entanto, os Sindicatos continuam recebendo inúmeras denúncias, indicando que continua a cobrança de metas para caixas. "Reivindicamos que o banco comunique novamente a rede de agências e dê ciência ao comunicado sob a forma de assinatura de gestores e caixas, a fim de que todos tomem conhecimento da orientação", defendeu Ademir.
O banco se comprometeu a reforçar a orientação, sendo que a forma desse reforço será informada para as entidades sindicais até o dia 6 de dezembro.
Dirceu Quinelato, diretor do Sindicato de Londrina e representante do VIDA BANCÁRIA na COE Santander, afirma que o banco não está levando a sério o compromisso assumido perante o movimento sindical de coibir a cobrança de meta dos caixas. "Se há uma orientação aos gestores proibindo este tipo de procedimento isso precisa ser fiscalizado e havendo desrespeito os responsáveis devem ser punidos", cobra Dirceu, orientando os funcionários a denunciarem ao Sindicato esse tipo de pressão.
Falta de higiene
Para reduzir ainda mais os custos, o banco diminuiu até os gastos com serviços de limpeza, o que leva muitas agências a atenderem os clientes em péssimas condições de higiene. O movimento sindical deixou claro que as agências, que estiverem funcionando sem as devidas condições de limpeza e higiene, serão fechadas e o problema será denunciado aos clientes e à população.
"É injustificável que o banco pague milhões de reais por ano para um punhado de altos executivos, enquanto corta despesas sob forma de demissões e precarização da limpeza nas agências", aponta a coordenadora da COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Santander, Maria Rosani.
Homologação por prepostos terceirizados
O Santander insiste em seguir terceirizando as homologações nos Sindicatos, exceto São Paulo e Rio de Janeiro, dentre outros. Ao invés de enviar um funcionário, como vinha fazendo até abril deste ano em todo país, o banco passou a contratar advogados como prepostos, certamente por causa da falta de trabalhadores nas agências diante de tantas demissões.
"Não aceitamos a terceirização das homologações, pois a admissão e o desligamento são atividades-fim das empresas", alerta o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Adelmo Andrade.
Acordo para call center
Os funcionários dos call center do Santander, em São Paulo e no Rio de Janeiro, sofrem com os desrespeitos às pausas de descanso previstas na legislação. O banco ficou de apresentar uma contraproposta às reivindicações dos trabalhadores até o dia 6 de dezembro. Na mesma data, ocorrerá reunião entre os dois sindicatos e o banco para tratar do assunto.
Corte do adicional de periculosidade
Os dirigentes sindicais denunciaram ainda que o banco cortou em novembro o pagamento de adicional de periculosidade de funcionários lotados em agências e postos, como nas instalações da Petrobras, alegando que possui laudo técnico para tanto.
A Contraf-CUT fará um levantamento junto aos sindicatos para identificar todos as unidades atingidas e orientar a emissão de laudos técnicos sobre o assunto, buscando retomar o pagamento. "É inaceitável que o Santander queira economizar retirando direitos dos funcionários", protesta o diretor da Fetraf RJ-ES, Paulo Garcez.
SantanderPrevi
Ao final, os representantes dos trabalhadores cobraram a retomada do grupo de trabalho, previsto no acordo aditivo à convenção coletiva, sobre o processo eleitoral do SantanderPrevi. Os bancários querem democratizar as eleições com regras transparentes. O prazo estabelecido já venceu e nenhuma proposta foi apresentada pelo banco.
Também foi reivindicada a retomada do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho, igualmente previsto no acordo aditivo.
O banco ficou de apresentar datas para essas reuniões até o dia 6 de dezembro.
Fonte: Contraf-CUT com Sindicato de São Paulo