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Mulheres preparam terreno para a implantação da paridade na Central

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29 de agosto 2014

Mulheres sindicalistas da Região Sul do Brasil estiveram reunidas na quarta-feira (27/08), na sede da APP-Sindicato, em Curitiba, durante a Semana Sindical, promovida pela CUT Nacional. O objetivo foi debater a situação de gênero nos espaços sindicais e o tema da paridade foi tratado como prioritário.

“A CUT continua exercendo seu papel de vanguarda ao aprovar a paridade dentro da Central, com isso as mulheres vão passar a dividir os espaços de poder, mas este ainda é o primeiro passo”, avalia a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz. Os próximos passos devem ser a qualificação das mulheres para que elas possam exercer, de fato, seu papel nos espaços de poder.

Para isso, a Central está realizando uma série de atividades de formação para qualificar o debate dos quadros femininos da CUT. Em destaque, dois cursos realizados paralelamente. Um deles pela Escola Sul e outro promovido e organizado diretamente pela CUT Nacional.

 “Queremos mulheres que incorporem a nossa luta por uma sociedade sem opressão e sem discriminação. É importante ter esse histórico de luta, como a Regina aqui no Paraná e a Joana (presidenta da CUT Ceará) e outras companheiras que estão neste espaço de poder da CUT mas que já atuaram e militaram no tema das mulheres. O olhar para a nossa luta é diferente”, avaliou a secretaria nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva.

A percepção da necessidade destas atividades, segundo ela, começa logo após a aprovação da paridade no último Congresso Nacional da CUT. “Não basta o número, queremos mulheres no espaço de poder que vão para lá fazer as lutas das mulheres. Não queremos mulheres que vão para reproduzir a mesma lógica machista, mesmo sendo mulheres da CUT e do Sindicato. Não é automático que elas sejam defensoras da pauta das mulheres”, relatou Rosane.

A secretária da mulher da CUT Paraná, Eliana Maria dos Santos, destacou índices que demonstram a desigualdade no tratamento das mulheres. Seja no trabalho, onde recebem menos mesmo tendo mais qualificação, ou no cotidiano, com os seguidos atos de violência sofridos pelas mulheres.

“É preciso estabelecer esses debates de forma definitiva, mas para isso, é necessário estabelecer este processo de formação de forma contínua. Apenas a paridade não basta para garantirmos um debate qualificado e consequentemente avanço na pauta das mulheres dentro e fora da Central”, completou.

A jornalista e formadora da Escola Sul, Vera Gasparetto, reforçou o caráter multiplicado que se pretende atingir com a atividade realizada em Florianópolis. ““Queremos preparar os dirigentes para multiplicar os temas, para que possa ser feito um trabalho de organização no local de trabalho. Precisamos quebrar este estigma de que as mulheres não conseguem fazer a sua própria organização”, relatou. Ela ainda destaca, que após o término do último módulo do curso, previsto para o final de fevereiro de 2015, o conteúdo será multiplicado no Paraná pelos participantes do primeiro curso

 “Por isso é importante que nossas mulheres se mantenham atentas aos nossos veículos de comunicação que faremos a divulgação quando o momento chegar”, completa a presidenta da CUT Regina Cruz.

Na avaliação de Gisa Bisotto, secretária Geral do Sindicato de Londrina, o mobilização das mulheres sindicalistas vem se ampliando e ganhando o corpo necessário para mudar o cenário atual, caracterizado pela hegemonia do homem nos espaços de poder do movimento sindical. “Este é o caminho para conquistarmos nosso espaço e encaminhar as lutas com o objetivo de garantir a paridade e a igualdade de tratamento, não só no meio sindical, mas, também, nos demais setores da sociedade”, defende.

Fonte: CUT/PR