Uma luta que não tem prazo para acabar

30 de abril 2014
Neste Dia 1º de Maio, trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo param suas atividades no feriado instituído em 1891 para lembrar da luta iniciada em 1886, em Chicago (EUA), por operários que deflagraram greve pela redução da jornada de trabalho, que naquela época chegava a ter 14 horas diárias.
O movimento reuniu milhares de trabalhadores e foi reprimido com violência pela polícia, terminando com um saldo trágico de dezenas de mortos.
Ele foi o estopim para novas mobilizações da Classe Trabalhadora em outros países. Na França, no dia 1º de Maio de 1981 foi deflagrada greve geral também pela redução da jornada e por melhores condições de trabalho. O resultado foi o mesmo de Chicago. A Segunda Plenária da Internacional Socialista indicou a data como referência das lutas da Classe Trabalhadora em todo o mundo, culminando nos anos seguintes com novas manifestações em busca de conquistas.
Em 1919, o Senado francês aprovou a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias e definiu o dia 1º de Maio como feriado. Outros países fizerem o mesmo anos depois, como a Rússia em 1920 e o Brasil 1924.
Novos desafios
Para Antonio Pereira da Silva, presidente do Sindicato de Apucarana, apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, a luta de classes continua e a mobilização tem que ser mantida a todo momento para impedir que ocorram retrocessos e assegurar novas conquistas.
“No Brasil, este ano temos pela frente a vigília para que a PEC da Terceirização não seja aprovada, estamos pressionando o Governo Federal, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário a negociarem a pauta de reivindicações da Classe Trabalhadora, e, também, precisamos fazer com que o Plebiscito Popular atinja seus objetivos”, aponta. Entre outros pontos, a pauta da Classe Trabalhadora defende a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução dos salários, fim do Fator Previdenciário e a correção da Tabela do Imposto de Renda.
Antonio afirma que o desafio do Plebiscito é sensibilizar a população, em especial os trabalhadores e as trabalhadoras a participarem deste movimento para que a Reforma Política seja implementada de fato. “A Constituinte Exclusiva e Soberana é o meio pelo qual poderemos corrigir as distorções da política brasileira e impedir que o poder econômico continue mandando e desmandando no país”, argumenta.
Para a Classe Trabalhadora, Antonio Pereira da Silva acredita que a Constituinte vai ser fundamental para democratizar a representatividade no Congresso Nacional. Atualmente, dos 594 senadores e deputados, 273 são empresários,160 pertencem à bancada ruralista, 66 são ligados a igrejas evangélicas e apenas 91 parlamentares representam os trabalhadores e o movimento sindical.
“Este é o principal deste ano. É a forma de transformar nosso país, combater a corrupção, a exploração da mão de obra, eliminar a miséria e a violência, bem como ampliar o desenvolvimento”, finaliza o presidente do Sindicato de Apucarana.
Por Armando Duarte Jr.
Jornalista Diplomado – 2.495/PR