Bancários querem proposta neste dia 1º/08 com aumento real e avanços nos direitos

31 de julho 2018
Na rodada de negociação de 12 de julho, os representantes dos bancos recusaram assinar o Pré-acordo de ultratividade, que garantiria a validade dos direitos dos bancários até o final das negociações da Campanha Nacional 2018.
A justificativa dos negociadores da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) foi de que, no dia 1º de agosto, um mês antes da data base da categoria (1º de setembro), apresentariam uma proposta final para ser apreciada pela categoria.
Por isso, na quinta rodada de negociação, desta quarta-feira (1º), os integrantes do Comando irão cobrar esse compromisso, acreditando que é possível avançar.
“Queremos respostas concretas para todas as reivindicações já debatidas de saúde e condições de trabalho, emprego, igualdade de oportunidades, além das cláusulas econômicas que serão tratadas nesta quarta”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando.
Não são poucos os números e indicadores que comprovam a plena capacidade dos bancos de atender às reivindicações da categoria. Em 2017, as cinco maiores instituições financeiras que compõem a mesa de negociação pela Fenaban lucraram juntas R$ 77,4 bilhões. Um valor astronômico que impressiona ainda mais quando revelado que o montante foi 33,5% maior que no ano anterior.
“Que setor cresceu dessa maneira numa crise da proporção que estamos vivendo no Brasil”, questionou a dirigente. “Isso é resultado do trabalho dos bancários e bancárias, que muitas vezes vão além do limite para alcançar os resultados perseguidos pelos bancos”, criticou Juvandia.
A presidenta da Contraf-CUT lembra dos mais de 40 mil postos de trabalho extintos pelo setor desde 2016 para citar um outro dado que dá a dimensão do quanto os bancos devem ao Brasil: “eles são responsáveis por apenas 1% dos empregos criados no Brasil entre 2012 e 2017, mas por 5% dos afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho”, de acordo com levantamento realizado pela Fecomércio.
Concentração de renda
Outro dado surreal: as famílias brasileiras comprometem a maior parte dos seus gastos com o pagamento de juros aos bancos. Foram R$ 354,8 bilhões transferidos da renda dos trabalhadores para as instituições financeiras em 2017, o que representa 17,9% de aumento real, ou seja, já descontada a inflação.
De acordo com a pesquisa, o montante superou os R$ 291,3 bilhões gastos com alimentação fora de casa, os R$ 154,3 bilhões dos gastos com transporte urbano e os R$ 129,9 bilhões pagos em aluguel.
“Os bancos têm uma dívida imensa com a sociedade brasileira e com seus empregados”, destaca Juvandia Moreira. “Os bancários querem aumento real, PLR maior, garantia para seus empregos e direitos e cobram isso com a certeza de que trabalham para um setor que tem totais condições de atender todas essas reivindicações e, mais que isso, efetuar mais contratações para prestar um atendimento cada vez melhor para toda a sociedade.”
Fonte: Contraf-CUT